Um dia, nós...

Éramos uma cidade, soerguida sem arquitetura, sem pedras e sempre amedrontada e ameaçada pelo intenso fluxo do mar...
O tempo ainda não teve tempo de fazer a sua curva e o fim assim se impôs pelo pedreiro da destruição que não soube duelar consigo mesmo...
Aonde, só, construístes um muro, formou-se, pois, uma muralha...
pois partistes de malas e cuia de dentro de mim
residindo agora aqui um eu sozinho,
pleno dos escombros do um dia nós...

Nessa cidade, construída e destruída,
movimentada pelo fluxo do mar e governada pelo ciclo lunar,
originou-se uma criatura de alma escura,
pois amor vem de dois
ela era uma...
fêmea de seu "lar".

Figura androide, ora solar, ora neblina
intimidada, enfurecida, reacionária, sentimental...
ao avesso, sem governo, sem si por não ter o nós...
carente daquele olhar destrutivo para que se destrua a si mesma
e do mesmo amor destrutivo que lha reconstrua no encontro divino dos encaixes perfeitos...
Sem o ti, como reconstruir o si?
Enquanto fêmea territorial, só lhe cabe existir enquanto se resiste...
aqui!...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coisas de partir

Acontecimento

Renascimento