Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2012

O amor dura um copo!

Meus lábios nem moldaram o cálice dos seus quando fui ao velório meu... Pois traguei quase todo o amor e me deparei com a morte. O amor dura um copo! Pra onde a gente vai quando a gente morre? Pra onde a gente vai quando o amor morre? Travessia para os vários da gente na árida caravana das coisas... Quem é de amor não se contenta com a vida em ramos A morte é vida seca. Mas morrer em ti é vida plena... Tenho medo da morte. Então bebo do amor o cálice como quem preserva a última gota, a gota que escorre, que amortece, mata e morre. Eu não quero morrer o amor! Não quero matar o amor! Mas guardar amor como poupança... Amor se poupa? Sei que se come. Se consome... Como ser fogo e também amor que dura? Eu não quero morrer o amor Não quero matar o amor... Apenas morrer em ti eu quero. Essa morte diária de um amor que nunca morre... Eu não quero matar o amor tragando essa última gota-morte. Ainda não aprendi a beijar esses lábios gelados, fonte do todo amor

Choro meu

Saudades do berro. Desejo do grito. Independente e estremecido grito na multidão... Sonho de choro pintadinho de azul  ou de vermelho... Pois hoje o choro não tem cor,  não tem som,  nem anseio... Tem é dor.

Menino mar

E naquele dia era o vento que abria os caminhos e emoldurava os nossos sorrisos e despenteava os nossos cabelos.. Éramos participantes da vida e nada portávamos além de nossos desejos e a solidão que se queria conjunta, quente e cheirando a mar... A filha do fogo com o filho do mar.. e o vento. Era o vento que nos dançava. Suas mãos eram de vento, embora não vazias. Meu corpo todo era então tomado por essa brisa que nos lambia com sua gelada e salgada língua, Que tornava tudo móvel, inclusive nós. Foi naquele fim de tarde que senti, em seu abraço de vento e desejo de mar, abraçado e aquecido todo o desamparo do mundo. Você bagunçava a areia, meus cabelos, a praia, o ar, meu vestido e, aos poucos, ordenava tudo aqui dentro... Inesperado, sorrateiro, doce e leve, me deixei bailar e bailei até me sentir ainda mais leve que tu, meu doce menino de coração vermelho. Então era eu o próprio desejo, cort