Menino mar
E naquele dia era o vento que abria os caminhos
e emoldurava os nossos sorrisos
e despenteava os nossos cabelos..
Éramos participantes da vida e nada portávamos além de nossos desejos
e a solidão que se queria conjunta,
quente e cheirando a mar...
e a solidão que se queria conjunta,
quente e cheirando a mar...
A filha do fogo com o filho do mar.. e o vento.
Era o vento que nos dançava.
Suas mãos eram de vento, embora não vazias.
Suas mãos eram de vento, embora não vazias.
Meu corpo todo era então tomado por essa brisa
que nos lambia com sua gelada e salgada língua,
que nos lambia com sua gelada e salgada língua,
Que tornava tudo móvel, inclusive nós.
Foi naquele fim de tarde que senti, em seu abraço de vento e desejo de mar,
abraçado e aquecido todo o desamparo do mundo.
Você bagunçava a areia, meus cabelos, a praia, o ar, meu vestido
e, aos poucos, ordenava tudo aqui dentro...
e, aos poucos, ordenava tudo aqui dentro...
Inesperado, sorrateiro, doce e leve, me deixei bailar
e bailei até me sentir ainda mais leve que tu,
meu doce menino de coração vermelho.
e bailei até me sentir ainda mais leve que tu,
meu doce menino de coração vermelho.
Então era eu o próprio desejo,
cortante e místico desejo... Mulher.
cortante e místico desejo... Mulher.
E foi assim que a filha do fogo, da guerra e do trovão havia se rendido ao tanto mar,
ao menino mar.
Em uníssono, então formou-se o baile:
dança, som, mar, areia, sal, vestido e o vento,
a voar..
ao menino mar.
Em uníssono, então formou-se o baile:
dança, som, mar, areia, sal, vestido e o vento,
a voar..
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