Croniqueta de botequim
Do cinza de minha janela, sempre aberta,
veio ela, esbaforida,
pousando em meu chapéu de malandro João...
Pronto soube que logo viria poesia.
Amarelinha, intuitiva,
borboleta minha, de elegante transmutação.
Como se não houvesse inspiração,
veio-me o som dos copos vazios
a traçar primeiras linhas dessa solidão primaveril
que mareja os sentidos,
ilumina o caminho
da Croniqueta dos botequins.
Ela virou-me a primeira folha rabiscada
antes de, efêmera, partir.
Logo entendi, já com o chapéu e chave na mão...
- Seu Tião, desça a cerveja aí!
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