Era amor sua silenciosa patologia...
- Que cor tinha o sexo? Violeta era lilás...
quixotesca...
Dir-se-ia que não amasse, mas amava tão plenamente que o fim era seu único indispensável pólen...
O simples visualizar de um belo e altivo cessar já lhe indiciava o novo começo,
o necessário desabrochar...
Ela não tinha tempo de ser outono,
Primavera era estado de espírito.
Transgredia,
amava sem escudos...
Dir-se-ia que fugisse da vida antes de tê-la vivido,
que sua memória era fetal.
E era...
memória garimpada no sujo das ruas,
no desregrado sexo sem rosto,
no esvaziado do copo, na droga da vida,
na poesia,
nas miudezas sem matéria que a levavam direto ao aquário da mãe serpente,
ao não-amor : união...
para além das fronteiras do corpo e da dualidade existencial
porque era amor sua silenciosa patologia,
aquilo que carcomia e também desabrochava a cabrocha de coração alado (dir-se-ia ralado?)
Constatou que o mundo só povoa amor porque é separação.
Quis a dissolução.
Escolheu as ruas tortas.
Acabou ficando torta...
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