Entre o Atlântico e o Mediterrâneo
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Por Luana Laux |
Pagar um bilhete aéreo nunca é pagar caro.
Clichês nunca me serviram tanto, mas viajar é, de fato, violar nossas placas que alardeiam "cuidado!"; é um situar-se camadas à dentro; encontrar-se odiosa e amorosamente com a gente mesmo; rever e, quem sabe, superar fantasmas velhos só porque os contextos são novos...
Entre o Atlântico e o Mediterrâneo, descobri o quanto amo minha inquietude e a autodestruição do meu pensamento...
Porque é preciso brigar muito consigo mesmo e descobrir-se para sempre vilão para poder ser "o herói" das situações embaraçosas;
pois que "os ruins" são os bons de todos os dias, entre a família e os amigos, entre os colegas e o patrão... Tão potencialmente atrozes, mas tão coitados que incapazes de qualquer autorreflexão...
Aprendi que os senhores do seu tempo são os que mais "perdem" tempo; que é preciso ser muito forte para poder ser fraco; que as pessoas que mais devemos ter medo são as pessoas que mais sentem medo; e que dormir ao lado de quem a gente não se importa, no dia seguinte, só aprofunda a solidão que tratávamos de curar.
Em crianças e cristãos também aprendi a duvidar...

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