Correspondência de botequim
Que Nietzsche, que Freud, que Marx, Deus, feminismo, razão...!
Saudade mesmo da maior filosofia que já conheci... contigo... a do botequim!
Pai, tu não sabe o quão precária é a socialização dos bares de Madri! Não existe o outro do discurso, não existe o "chorinho", a(s) "saidera"(s), o papo à toa, os minutos que ligam os sentidos, NÃO EXISTEM OLHOS NUS!
Se chega, se senta, se bebe, se come, se traz a conta, se vai... vazio como aquele que sai de casa em busca de um algo que preencha sua existência para enfim poder dormir, acordar e saber-se vivo...
Na egoica e espanhola sedução entre tortilha, caña e pimentão à qual me submeto - porque necessito estar sempre à prova de mim mesmo - retiro-me acomodada à minha resignação, até as primeiras linhas do meu caderninho de remendo: "É preciso ser muito forte para poder poder ser fraco"...
Eu costumava dizer que minha alma era negra, ou multicolor, mas a cada dia que passa a percebo mais verde e amarela, mais desgraçada e desgraçante, de "cerva" e esperança, de nudez e contemplação...
Pai, eu falo sério! Os bares de Madri precisam de regulamentação! Que santuário sem alma... Que precarização!...
Comentários
Postar um comentário