Nunca tinha existido nada de enigmático no número 4!...
Até as 4 horas de uma tarde triste, ela era uma menina apaixonada, que chorava de dores e amava
e odiava o mesmo bicho homem...
As faíscas que juntos geravam faziam com que ela se sentisse viva..
...Uma carta, uma insônia que madrugava, um coração que palpitava, uma geleira imaterializada, um escrito sem cor...
Uma coitada cheia de amor!
Após as 4 horas; branca, seus lábios pintou;
se arrumou; decidiu; telefonou e,
a sós, saiu. Se amou.
Já no trajeto sem som se amou...
Já no trajeto sem som se amou...
E bastou que alisasse os próprios cabelos para que, de sua pele, sentisse um leve tremor...
O público notou aquele olhar que sempre fora penetrante, ainda que de sentimento etéreo;
e aquele ar de sorriso confiante;
aquele desejo ambulante...
aquele desejo ambulante...
Cruzava as ruas sem procurar olhares, era ela seu próprio alvo.
Enquanto olhares acompanhavam aquela sensação compartilhada das mãos geladas na nuca efervescente,
sentira os cabelos, de fato, curtos;
excitadoramente mais curtos do que quando se via no espelho.
Era mulher no sentido maiúsculo da palavra, livre como nunca se empenhara...
Não lhe doía mais sua sensualidade Mulher.
Nessa mesma completude, tabus caíram por terra, assim como as velhas negras madeixas tornaram-se a cair.
Sua nuca, seu colo e seus ombros personificaram então a liberdade do nada obter, possuir, pertencer, ter que ser ou querer ser;
nada queriam sustentar ou exibir.
Foi nesse dia apocalíptico e transgressor de 8 horas que ela então compreendeu todo o seu apelo sensorial, seu dom para o baile das coisas, suas mãos, seu poder de colorir sons e de tragar aromas.
Sem palavras e sem substância foi livre.
... Assustadoramente sexy e livre.
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