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Estamirar

(Um rebuliço criado por Marcos Prado) Alecrim para sentir, proteger de magia, curar, oração para conter, trabalho para comer, rotina para ordenar. Desconexão para conectar. Romper. É o gás tóxico que efervesce aqui dentro Do lixo social, do lixo de consumo. Uma fotografia: Água quente, Sonrisal. O nó da garganta, as dores do mundo, a omissão, o lixo extraordinário... O animal que mais sofre é o ser humano. O ser humano par. A Terra morreu... Estamiras somos nós. Cuspidos aqui criamos Toda a sorte de subterfúgios, Todas as formas de Deuses. Depressão ou loucura inerentes... "Oh Lord, won´t you buy me a Mercedez Benz?" Desabafar de mim... Palavras já não dão conta..

A espera

Fumaça, aroma, quarto, bolero, solidão, espera... Passiva e sozinha espera. Vazio que espera esvair-se. Noite, expectativa, resposta sozinha Um homem, uma projeção. Mulher, sentir contido, com tudo que (in)segura medo, orgulho, desejo de penar. Cárcere invisível. Sentir vazio. Acordados sonhos alimento. Vazio que sufoca. Infinita espera.

Reencontro sem nome

"A gente é em lugares que a gente não está". Na busca por verdade, por sociedade, pelo outro Pelo caos, pela dor, pela emancipação Encontrei minha própria dor, coragem e fraqueza. Em um povoado antigo Me reconciliei comigo E me amei. Reencontrei velhos desejos, velhos sonhos, Velhos pesares tão relegados a própria sorte que, Insuperados e omitidos, se haviam esfriado E de tanto calcário havia me tornado eu mesma calcário. No encontro próprio chegamos ao coração do outro. Mas foi necessário um mundo antigo, de coisas antigas, De povo antigo, De uma música folclórica, De um livro que diz de ruínas e escombros. Foi necessário fugir do sonho e encontrar uma realidade ácida, De direita e esquerda De ambos mundos. Foi necessário passaporte, coração aberto, Veias abertas e uma América Latina, Muitas necessidades e um agir distinto. É preciso antes de tudo emancipar-se de bocas e ouvidos. Liberdade é o que não possui nome    Nome omite o homem Oprime Tant

Terra de sujeitos, objetos e vozes reflexivas

Da mesma forma que me convenci da utopia socialista, me convenci da utopia democrática brasileira. Democracia brasileira : espaço lúdico geográfico onde espectros de mantenedores da ordem, sempre circulantes, sustentam o que se denomina sociedade. Sociedade: equivalente ao plural de preconceito e moralismo. Sua distração/ocupação principal é gerar e circular irracionais costumes. Assim como sujeito, Sociedade é um objeto, que não enxerga a existência de preconceitos, que não se atreve a pensar diferente do dogmático, que sobe no pedestal para defender uma ideia arraigada de falsas premissas, por supô-las verdadeiras. Reacionária, reage a tudo que vem na contramão, afinal sua necessidade é sobreviver, sem manutenção. Em um mundo velho e vivo, idéias precisam ser compradas, legalizadas, quadradas, manipuladas. Onde a democracia é utópica não resta liberdade individual, renega-se todo e qualquer tipo de transformação mental e sentimental, acatando-se, ao natural, desvios de conduta.

Sociedade da corda bamba

Da próxima vez, a lição será : Aprender a ludibriar, a mentir, A omitir, a acatar, a conformar. A tarefa será acomoda-te a uma boa companhia! Ame aquele que te ama! Quanto a isso eu sinto Não se permite ser amado. Embora não seja o amor livre, Para vivenciá-lo é necessário Grande dose de desprendimento E um lançamento desequilibrado. Ausente de garantias, Sabe-se que ele está sempre por desaparecer Não lhe basta ser feliz com o que cabe. Ademais, nada lhe basta. Nada lhe cabe. O que te cabe? Aos que se esforçam por sair dos moldes, Única tentativa. ...Liberdade.