Reencontro sem nome

"A gente é em lugares que a gente não está".

Na busca por verdade, por sociedade, pelo outro
Pelo caos, pela dor, pela emancipação
Encontrei minha própria dor, coragem e fraqueza.
Em um povoado antigo
Me reconciliei comigo
E me amei.
Reencontrei velhos desejos, velhos sonhos,
Velhos pesares tão relegados a própria sorte que,
Insuperados e omitidos, se haviam esfriado
E de tanto calcário havia me tornado eu mesma calcário.

No encontro próprio chegamos ao coração do outro.
Mas foi necessário um mundo antigo, de coisas antigas,
De povo antigo,
De uma música folclórica,
De um livro que diz de ruínas e escombros.
Foi necessário fugir do sonho e encontrar uma realidade ácida,
De direita e esquerda
De ambos mundos.
Foi necessário passaporte, coração aberto,
Veias abertas e uma América Latina,
Muitas necessidades e um agir distinto.

É preciso antes de tudo emancipar-se de bocas e ouvidos.
Liberdade é o que não possui nome   
Nome omite o homem
Oprime
Tanto que, por tanto dizer,
Se olvida de estar, de ser.
Tive que ir pra voltar a mim.
Ai, que saudade de mim!

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