Queria era que tu apreciasses
Queria era que tu apreciasses
aquela ostra na praia,
não a carne mole,
mas a pérola que surge da poeira
no aconchego das cavidades internas.
Queria era que tu apreciasses
o cheiro do sal,
os segundos que compõem este poema
e o minuto que se decantou agora
feito grão de areia.
Queria era que tu apreciasses
a beleza perdida e renovada
nas intempéries do tempo,
mas você fala e você fala e você fala
e não nota.
Acontece que tu me amas e me pedes que eu fique
eu fico. com os olhos na praia,
com as mãos na ostra,
banhada em teu cheiro de casa
enquanto buscas o vento de outra piada
e você fala e você fala e você fala
e não percebe
que eu sou
como aquela água
que bate na pedra.
Dizes que eu tiro leite de pedra?
Queria era arrancar o teu silêncio como saia
que revela. Mas tu que cantas teorias e cidades,
se tu visses e amasses aquela ostra azul da praia,
algo de mim, talvez soubesses...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDivina Sabedoria.
ResponderExcluirParabéns pelas contemplações e inspirações.
Vi seu blog no instagram e não resisti, tive que visitar e saber o que andas pensando. Gratidão pela firmeza de propósito nos trabalhos da Igreja. Te admiro. Paz e Bem.
Fico feliz de que tenha se sentido tocado neste passeio por aqui. Agradeço de coração.
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