As vezes eu ponho o poema para dormir Tão somente assim, quiçá se torne pungente, fermentando amorfo na calada da noite, assim como os lobisomens e as sementes. Se encrava-me um pelo ou a unha, um abcesso em contornos doirados dos serafins cacheados me amanhece. E ele desperta assim tão puro, tão indecente, rasgando a matéria tão impunemente que lhe miro as fuças e oro (mãos em prece): - Amor, é a dor que te fecunda, mi-ra-cu-lo-sa-mente!