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Mostrando postagens de julho, 2021

Oca de promessas

 Rasgou-se o véu sapos arranha-céus da boca. Mas não vou cuspir o único verbo do vazio que engendra a mim mesma.  Ao léu  cada gota entornada na sua boca.  Eu ali imprensada nas pedras...  Silêncio duro de fel nos sapatos rasos que calçavam seus pés na minha porta,  oca de promessas. 

Sol poente

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 Desenredo-me,  aposento a navalha que divide dois cumes simétricos, opostos.  Caminho no meio, entre abismos de beleza estonteante. Não busco a felicidade,  não fujo da dor, existo para além dos cactos do deserto.  Vida sinuosa, contínua, segundo a segundo, respiro, apenas existo, porque foi assim me fizeram,  foi assim que me tornei é assim que me transformo cada dia mais minha cada dia algo que me escapa também. já não sei mais de nada, seguro apenas nas mãos da vida, sempre potente, indecifrável, nem bom, nem mau,  mas o meu e o seu tem. Aquilo que não compreendo,  eu aceito também,  porque minha vontade não basta para decifrar ninguém.  Ao longe, ainda vejo o laranja do sol poente e o velho desejo de ser dois.  Mas não permito-me parar agora Não permito-me demorar nos velhos fios farpados  que compuseram meu enredo mais alguém.  Não sei quando passa, mas eu passo,  cada dia mais nua,  cada dia mais crua, passo-a-passo.  Algo, porém, me guia nessa estrada-que-não-sei, nem bússola,