Lua Nova
Sonhei que não mais falava
e mergulhava em um mundo de imagens
através de uma câmara secreta.
Dentro da caixa eu pendurava em um varal pedaços de medo,
ódio, vergonha e pureza
como uma artista.
Agora, para que as palavras?
Penetrava o Universo da alma
que engoliu uma cebola inteira
para sustentá-la presa
na gravidade de uma goela.
Chorando, a gente degela o que vem antes das palavras
no interior da existência.
Agora, eu tratava era de cor, brilho e saturação,
de tempo.
momento a momento...
Com zelo e beleza, reconstruía a memória inteira
rarefeita
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