Subversão
Às vezes sentar-se a um banco de praça equivale a figurar-se uma vitrine. Pergunto. Mais do que a existência ou não dos bancos de praça, o mero ato de utilizar-se deles já prefigura uma arte de museu? Bem que esses banquinhos sossegados andam mesmo raros... A que pés, então, andam os caminhantes que apoderam-se deles? Rumo à extinção?
Compreendo agora esse sentimento de exposição...
Para além da extinção, imagino, um dia, tal ato uma arma de subversão desses tantos que andam por aí vomitando exclamações com suas bandeiras vermelhas e azuis...
Para controlar o caos, acrescente aí um pastor de ovelhas, desses seres iluminados... Haverá de propagar o novo mandamento, até então negligenciado na tábua de Moisés: "Não silenciarás em praças públicas".
... Pecado quebrar o ritmo dos transeuntes jazidos na cidade Veloz de Neón.
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