De passagem

Não sinto saudade de você,
sinto saudade do amor que um dia me despertou,
da velha estupidez, da minha inspiração.

Os anos trouxeram racionalidade e autopreservação
que ao, acertadamente, enxergar no amor ilusão,
me expuseram ao risco do não mais sentir.

Incapaz de restabelecer os arquétipos,
agora amo objetos e dores,
aromas, vazio, saudade, cores.

Como uma fera
reúno os cacos daqui.
Em breve, creio,
voltarei a sentir...




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