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Mostrando postagens de julho, 2022

Ela desatinou

 Você é amor que me lambe a ferida Meu coração, um tambor neste amar e desamar apaixonado, desiludido, ritmado  que Água e que séca.  Faço música se me dedilhas, feito cuíca alma geme, alma chora  Mas se me secas, tu me lembras do mundo: quanta água! Sigo e me recordo daquela velha  numa mesa de bar que me contesta. A vida é uma merda, porém bela. Tua poesia viva em mim de quem sabe amar até o fim. A vida é uma festa.

Casamento

 Tantas histórias atravessam meu enredo  (que nunca escrevo) Eu, circunscrita no vai-e-vem dessa vida sacana. Tantos homens me amaram,  outros me arrasaram, Uma me encantou em seus tantos passos, Bem-me-quer, mau-me-quer que bem-te-quero, mau-me-quero. A solidão, amiga gelada,  oras me dá as mãos,  oras me trancafia no quarto.  Mas a partir de hoje está resolvido:  Nem João, nem Pedro, Nem Maria, nem marinheiro, Caso-me contigo, Poesia. rainha de todas as paragens,  mirangens e escombros, dona dos encontros e desencantos. Nos percursos de rosas e pedras, Caso-me contigo  para viver a liberdade de amar quem eu quero.  Oh, Poesia minha,  que triangula todos os meus afetos! Torne-lhes prósperos, abundantes e sinceros. Vê se tu não me erras. Oh, Majestade minha,  hoje juro-te amor eterno!

Destino

Ele chegou, eu abri a porta trancada amou-me bem  até a segunda página. Para a França, sem adeus.  Portugal me atracou. Brasileira, da província,  cosmopolita, sou. Bem comida: onze anos vegetariando e devoro-te uma coxa de galinha. Bem amada: após oito anos, bebo da tua água renovada. Atrás da Porta, o adeus de outrora  é um bilhete em branco que nos espreita. Música na vitrola: Espumas ao Vento, em teus braços e tetas teu cheiro ainda me forrozeia. Destes olhos que me comem... teu chapéu de malandro dança E eu suspensa (entre Paris) - rio, Fêmea insaciável, tu me dizes, em rodopio.