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Mostrando postagens de maio, 2019

Com o perdão da Palavra

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A poesia tem que merecê-la e há de encontrar-se pronta quando as Musas tocarem-lhe o ombro, quando o divino sopro tocar-lhe a face para que toques de cumprir sua sagrada tarefa. E o deliciar-se da Poesia que se escreve deve ser circunscrita ao prazer de ser levada, conduzida pela pena (duras penas!...) Poesia, hei de escrever de hoje em diante, sempre com letra maiúscula, porque exprime um estado de graça, um estado de calma, um estado de alma; do ser, uma ausência-presença. Quem fui eu e por que caminhos andei para maldizer a palavra, o pensamento e minha Musa Rendadeira? Pois que fui ingrata e, dela, escarnecida. Com o perdão da Palavra, Ela, rarefeita, aprisionou-me o peito e me vi a pescá-la com esforço, a perscrutar-lhe o pensamento para mergulhar em suas águas reparadoras e libertar meus prisioneiros do Calabouço do Silêncio. Hoje escrevo para ajoelhar-me ao Divino-que-tece desde as primeiras veias ao abraço frio da terra, Àquele que, Sendo, m

Os ensinos de uma criança de 7

Para Ana Clara Maia, uma amiga encantada. Hoje o seu dente caiu e eu pude vivenciar o momento derradeiro,  o medo, aquela dor agudinha, o sangue,  a coragem, a bravura dos sonhos de criança  numa pequena morte que é pura expressão da vida:  passagem, semelhante aquela que você queria atravessar num mar de instabilidade inexplicável  dentro de um pequeno-grande coração de um infante... Você sabe que já bem-te-vi muito bravo,  que já bem-te-vi insistente,  que já bem-te-vi ilhado... Hoje, porém, o seu dente caiu e a passagem foi alegre. Teve festa no céu.  Com a fada dos dentes, eu recebi este tesouro seu: - Ai, se eu tivesse ainda um coração de criança,  que sente saudades,  mas vê que a passagem é viagem e esperança,  alegria e mistério,  rota de fuga  e vida mais viva nas sete cores do Universo!