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Mostrando postagens de abril, 2019

Ponte para Pasárgada

Galo cantou no orvalho da madrugada. Poesia chorou nos recônditos de mim. Libertei um prisioneiro às seis horas da tarde, nesse tempo misterioso que não é dia, que não é noite, que é o vazio dos sentidos - interlúdio, passagem o silêncio de Deus. Nessa hora, as palavras não conseguem velejar estão em vigília num tempo morto. Sinto o peso do nada. Ele nada, tu nadas, eu nada posso saber do mar. Quem é que sabe nadar? Perscruto o tempo - aperto o botão de rosa para saber do que dela sai. Machuco a rosa e nada de metafísico descubro no nada. Quisera me espremer para desvelar uma palavra... mas o nada, o nada o nada o nada. nada de chão, nada de cão, nada de pão, nada de beijo, nada de água. Olho pro vento, quisera conhecer as indagações do tempo... mas ele também não é nada. Deus fez o homem que cria que sonha que pensa e filoso-fia, rei de uma angústia desconhecida, - não pode valer-se é de nada!