Miudezas da cidade
Saudade de amar essas coisinhas pequenas...
um polaroide, uma ilusão de ótica do papel que percorre para o cavalo andar...
Hoje vi que embruteci ao tocar as miudezas da cidade...
Os olhos fincados em coisas tão grandes e alheias...
Amor que se dá ao outro em pensamento,
pensamento que não se pode materializar...
Estas coisas que a gente agarra tem mais poesia. Beleza de encantar o olhar...
que não vê o tempo que dança,
que não vislumbra o outro atirando ao vento contas
do nosso afeto, a vagar...
Do amor, trago no peito duras arestas
enquanto estas miudezas degelam ternura milenar.
No meu povoado ainda recebo circos, ouço causos, tenho comigo um grande disco solar;
o maná, ilusionismos; maravilhas, miudezas... teu olhar de quarta-feira
isento de rastros,
ausente de lastros...
que não deixem cacos em mim.
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