Tempurá de tempo
Perdi muito tempo lutando contra o tempo, gastei forças para simplesmente ter forças, e tenho visto sempre que são só as contingências e circunstâncias que constroem uma pessoa. Um dia não mais quis ser coisa, mas para além de sujeito, desalojei meu Deus fraco e fui de mim mesma impostora por muito querer ser algo... Nada fui senão ser angustiado... Hoje valorizo como nunca toda a minha falta de grana, de apoio, de limite, de escudo e de cultura... tudo aquilo que me limita, porque é essa matéria, que constantemente me chuta da barriga de minha mãe, que origina a minha necessidade de guerrear na vida, o meu desencaixe porém sem gaiola e toda a fome que sinto por idéias e sentidos que dignificam minha velha busca torta... Um dia procurei uma analista para ser de mim minha própria escultora... Estúpida! Na vida o que é preciso é escola para ser o que já se é. Não posso ser outra, nem aquela que já fui outrora... porque tudo, exatamente tudo que tracei, planejei, alinhavei, ar