O amor dura um copo!
Meus lábios nem moldaram o cálice dos seus quando fui ao velório meu... Pois traguei quase todo o amor e me deparei com a morte. O amor dura um copo! Pra onde a gente vai quando a gente morre? Pra onde a gente vai quando o amor morre? Travessia para os vários da gente na árida caravana das coisas... Quem é de amor não se contenta com a vida em ramos A morte é vida seca. Mas morrer em ti é vida plena... Tenho medo da morte. Então bebo do amor o cálice como quem preserva a última gota, a gota que escorre, que amortece, mata e morre. Eu não quero morrer o amor! Não quero matar o amor! Mas guardar amor como poupança... Amor se poupa? Sei que se come. Se consome... Como ser fogo e também amor que dura? Eu não quero morrer o amor Não quero matar o amor... Apenas morrer em ti eu quero. Essa morte diária de um amor que nunca morre... Eu não quero matar o amor tragando essa última gota-morte. Ainda não aprendi a beijar esses lábios gelados, fonte do todo amor