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Mostrando postagens de novembro, 2022

O amor pede sempre

 linhas frias verso quente do amor alquimia que se transforma a cada hora à revelia da gente. A natureza assimila suas intempéries e a gente sustenta sempre a fantasia de compor enredos, contornar afetos, alimentar esse bicho que cresce. O amor pede sempre. Quanto mais ele pede, mais se cria, mas o que há sempre é a poesia perdida, o escape da vida à revelia da gente.

Carrego comigo

Não sei se esse choro indefinido é preocupação ou espasmo pelos nossos contrários, não sei se é ciúme fingido tentar segurar areia pelos braços e na estrutura profunda da linguagem enxergar nele o descompasso. Teu tempo é pra mim poesia que se entorna em meus horários, é amor, desespero ou desencanto poder sentir os teus lábios e desejar que boca nenhuma mais beije este meu velho canto que insiste brilhando  os olhos do meu amado.

Aos olhos vivos do meu amante

 Aos olhos vivos do meu amante a manteiga derretida de anteontem, a promessa de um amor além de instantes... É que a disciplina férrea me firmou os pés, deixou-me um furo para cada espaço - de lapsos, fluxos, ato falho... Ser de peneira ainda me leva além!

Acontecimento

Nunca vi nascer gente,  mas você já viu o nascimento da água  de uma fenda no meio da terra? Nasceu tímida como uma lágrima e brotou aos borbotões quando disse que me amava no cemitério da água eu estava acolchoada ao teu seio azul e à almofada do mundo, de onde surgiu o primeiro ancestral do homem,  de onde chegaram as primeiras caravelas. O amor coloniza o amor liberta onda sempre traz o amor que resiste onda sempre leva o amor que recomeça  como um peixe extinto  dormindo há 8 anos-luz da Terra, 8 deitado é o símbolo do infinito, mas eu nunca senti saudade saudade é a minha matéria tanto quanto a terra desconhece a cor da terra eu jamais desaprendi o som do teu sorriso, a música da tua pele em festa  e a noite com o farol dos teus olhos nos avessos do meu poema.